Pessoal, muita atenção para o que está acontecendo no país, com um crescente número de políticos falando a favor do tal programa “Céus Abertos”. Eu já estou alertando sobre isso desde janeiro – leiam “Novidade (ruim) sobre os ‘céus abertos’ brasileiros” -, e hoje o SNA publicou a seguinte nota sobre o assunto:
SNA rechaça declaração do secretário de turismo do Sergipe
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) é veemente contra a posição do secretário de turismo do Sergipe, Elber Batalha, que se declarou a favor da “abertura dos céus” do país às companhias aéreas estrangeiras, durante o fórum Aviation Day, realizado em Brasília, no dia 22/8.
“As taxas tributárias e as legislações praticadas pelas empresas estrangeiras e pelas companhias nacionais são totalmente distintas – uma concorrência desleal, que, a longo prazo, geraria a extinção das companhias nacionais e, consequentemente, da profissão do aeronauta no Brasil”, esclarece Marcelo Ceriotti, presidente do SNA.
Diretoria do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
Essa preocupação do SNA não é à toa: o programa “Céus Abertos” é o equivalente ao programa “Mais Médicos”, de contratação de profissionais de saúde (a rigor, não são médicos) junto ao governo cubano, aplicado á aviação. Quem achava que a abertura do mercado aos tripulantes estrangeiros era perigosa deve ficar muito mais preocupado com o “Céus Abertos”, pois este programa visa não só trazer tripulantes estrangeiros, mas o “pacote completo”, incluindo aeronave, manutenção, etc. Isso vai liquidar as companhias nacionais e, junto com elas, os empregos dos pilotos brasileiros.
Podem aguardar que o governo virá com aquela conversa mansa de que os tripulantes das aeronaves estrangeiras deverão ser brasileiros… NÃO CAIAM NESSA!!! Uma vez que as empresas nacionais sucumbam, a situação dos aeronautas brasileiros frente às companhias estrangeiras será muitíssimo mais frágil! Olho vivo, pessoal!!!
Paulo Alves
7 anos agoPois é .. é crônico esta situação da aviação, onde no passado aconteceu com a PANAIR … todos na rua … passou o tempo …vária companhias fundidas e absorvidas, depois a VARIG … todos na rua … Cadê a reclamação … nada, pois na verdade não temos mecanismos contra essa situação. Ponto.
Eudes Malemene
7 anos agoVamos torcer para que os políticos brasileiros não sejam capazes de realizar tal atrocidade com a aviação brasileira (apesar de saber que eles são). Em quanto aquela história de permitir que as companhias aéreas possam possuir capital estrangeiro, desde que, baseadas aqui..procede? Não é mais provável que isso ocorra?
asenci
7 anos ago“aquela conversa mansa de que os tripulantes das aeronaves estrangeiras deverão ser brasileiros”
Como será que ficariam as questões trabalhistas? A empresa teria que abrir um escritório no Brasil para efetuar as contratações e pagamentos? Duvido que o governo deixe elas contratarem diretamente pela matriz e deixem de recolher INSS, FGTS e afins…
Provavelmente seria o modelo Cuba, a American da vida paga para o governo brasileiro e o governo repassa para o funcionário. Descontada a “taxa de conveniência” (90%), claro…
Raul Marinho
7 anos agoSeria o contrário, então, né? O governo paga à American, e esta paga ao tripulante…
asenci
7 anos agoNesse caso (tripulação brasileira em aviões estrangeiros) quem está fornecendo a mão de obra é o Brasil… Então ele recebe a propina… digo, o salário…
Raul Marinho
7 anos agoÉ verdade…
Löhrs
7 anos agoAproveitando a deixa…A grande diferença entre o “Céus Abertos” e o “Mais Médicos” é que não paro de assistir na TV denúncia após denúncia sobre médicos brasileiros que batem o ponto e vazam dos Hospitais Públicos e a população que não pode pagar plano de saúde (uns 80%??) ficam a ver navios. Não conheço UM piloto que bate o ponto e vaza da cabine, então….
Felipp Frassetto
7 anos agoE assim se vai, aos poucos, incutindo na cabeça do público que o melhor mesmo é trazer as companhias de fora.
Logo, logo virão as pérolas:
“quê me interessa que a empresa aérea seja brasileira? Eu quero é um serviço de qualidade!”, como se o problema fosse originado por elas;
“quê me interessa que a empresa aérea seja brasileira? O que importa é que a passagem seja barata!”;
“quê me interessa que a empresa aérea seja brasileira? O quê eu ganho com isso?”;
“quê qui têim que a empresa não é brasileira?”;
“é bom mesmo que seja de fora, essas brasileira não prestam”;
“tem que acabá mesmo! Fica gastando dinheiro só pra riquinho andá de avião”.
E por aí vai…