O leitor Cristiano Moraes me enviou o link para a nota do Portal da Câmara dos Deputados com a declaração do ministro da SAC-PR, Eliseu Padilha, ocorrida nesta manhã, com o título “Expansão da aviação pode triplicar passageiros em 20 anos, diz ministro“. Quase fui às lágrimas quando li as palavras do ministro abaixo reproduzidas:
Nenhum setor [da economia] tem o crescimento garantido que temos na aviação civil. Tudo aconteceu com muita velocidade. Temos, literalmente, que andar a jato!
Fico muito feliz com o futuro brilhante da aviação! Porém, acharia muito mais interessante que o ministro se voltasse preferencialmente aos problemas comezinhos do presente, tais como:
- A paralisia da ANAC, que está perdendo mais um diretor neste mês e não terá mais condições de tomar nenhuma decisão importante de agora em diante (a diretoria colegiada requer três diretores, e a ANAC ficará com somente dois);
- O problema das habilitações de TIPO, que inviabilizaram quase toda a aviação geral há quase um ano, e a falta de checadores que está em vias de gerar um colapso no segmento de asas rotativas;
- O estado de miséria que se encontra nossa infraestrutura de controle de tráfego aéreo, associada ao anacronismo do DECEA na gestão dos serviços prestados à aviação;
- A crescente politização do CENIPA, que está deixando de ser o órgão de excelência na investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, conforme estamos vendo nas suas atitudes mais recentes;
- O desmonte acelerado de nossa estrutura de formação de aviadores, com a maioria dos aeroclubes em estado pré-falimentar, e o anacronismo das regras que regem a atividade no Brasil;
- A inviabilização financeira crescente da aviação geral, seja pelas tarifas aeroportuárias, seja pelos impostos embutidos nos combustíveis e insumos, seja pela burocratização absurda da atividade (em especial para os táxis aéreos);
- A falta de uma estrutura para a inserção profissional de pilotos recém-formados no mercado de trabalho;
- …E muito, muito mais!
Porque, num keynesianismo às avessas*, o problema é que no curto prazo estaremos todos mortos!
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joseluizdacosta@bol.com.br
6 anos agoEm 2030/2035, quando tiver 270 aeroportos funcionando, já pensou me São Paulo, necessitará mais 4 aeroportos, e aí que quero ver como fica. Tem que quebrar o monopólio da Infraero e liberar a iniciativa privada para construção de novos aeroportos.
Fred Mesquita
6 anos agoOs 800 novos aeroportos virou lenda mesmo. É a mentira que reina em Brasília….
Anonimo
6 anos agoEu também, estou segurando para não ir às lágrimas !
http://www.aviacaocivil.gov.br/noticias/2015/03/programa-de-aviacao-regional-ja-tem-55-anteprojetos-autorizados/2015-03-09-sac.pdf
Anonimo
6 anos agoO último “slide” então… me fez chorar mais do que quando vi o E.T entrando na nave e indo pra casa…
Marcos Véio (na retranca)
6 anos agoO lado bom de todo brasileiro (sqn) é a tal memória curta. Daqui a 20 anos não falaremos mais disso. Alguns tantos estarão mortos evidentemente, mas outros sofrerão do mesmo mal que sofremos no presente. Num exercício de futurologia, prevejo novamente o papinho do “apagão” pelo menos umas dez vezes antes de 2035.
Enderson Rafael
6 anos agoMuito bom o título! Ruim é pagarmos esses 39 ministros pra fazerem piada com a gente toda semana…