Antes de ler o texto abaixo, vejam essa nota publicada pelo portal Infomoney (com informações da Bloomberg): “Brasil suspende plano de aviação que ajudaria a Embraer e a Azul” – e corrijam as seguintes informações que estão objetivamente erradas:
- O plano não seria o de “subsidiar metade dos assentos em aviões com até 10 lugares”, e sim possibilitar “o subsídio de 50% da ocupação da aeronave ou até 60 passageiros” – o que, na prática, significa que os aviões com até 120 lugares seriam os de maior eficiência para o programa; e
- A meta de superávit primário do governo não é de 1% do PIB, e sim 1,2% – vide esta nota da EBC/Agência Brasil.
Mas voltando ao assunto do título deste post…
A Viúva Porcina, da novela Roque Santeiro (Rede Globo, 1985/86), foi uma das personagens mais marcantes da teledramaturgia nacional. A versão original da novela, de 1975 (que não foi ao ar por ter sido censurada pelo governo da época), tinha, inclusive, o nome da personagem no título: “A Fabulosa Estória de Roque Santeiro e de Sua Fogosa Viúva, a que Era Sem Nunca Ter Sido”. Ou seja: a tal viúva de Roque Santeiro nunca o fora, de fato, já que Roque não morreu realmente, e sua viuvez sempre foi só um golpe de marketing.
Que é exatamente o caso do PDAR-Plano de Desenvolvimento da Aviação Regional, que nunca desenvolveu, de fato, a aviação regional, já que jamais teve recursos para tal. Seus anúncios espalhafatosos de reformar centenas de aeroportos e de subsidiar o transporte aéreo nos rincões deste país, o que iria gerar a aquisição de dezenas de aeronaves pelas companhias aéreas (e que, por extensão, iria demandar a contratação de centenas de pilotos), ficou no mundo do Powerpoint. Não por caso, o plano foi rebatizado como PdAR-Powerpoint da Aviação Regional.
Não que o sepultamento do plano seja uma surpresa – na verdade, estamos falando disto aqui desde fevereiro (e publicamos dois outros posts sobre o assunto em março – este e este). Mas sempre havia um fio de esperança de estar errado, já que o governo fez tanta força para aprovar a lei que o criou ainda no final de dezembro (logo, depois das eleições)… Mas não foi desta vez que eu tive o prazer de me corrigir, infelizmente.
Renan
7 anos agohttp://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/06/1639771-levy-diz-que-nao-vai-faltar-dinheiro-para-pacote-de-concessoes-de-r-198-bi.shtml
Aviação em último lugar mostra que prioridades do governo continuam inalteradas.
raulmarinho
7 anos agoDetalhe: estes recursos seriam relativos às CONCESSÕES, ou seja, investimento da iniciativa privada. Para melhorias num Salgado Filho da vida, ok, mas não se aplica à maioria dos casos da aviação regional, que requerem investimento direto do governo.
Fred Mesquita
7 anos agoToda e qualquer história de plano de apoio à aviação regional ou qualquer outro plano para a aviação civil, para mim, deixou de ser verdade depois que uma certa pessoa mentiu descaradamente prometendo 800 aeroportos.
wilson
7 anos agoTava lembrando a história do trem bala!!!
Hoje a Mirian leitão fez um comentário no bom dia Brasil sobre esse plano de investimento. Pra resumir SÓ FALTOU A GARGALHADA dela!
Mario
7 anos agoEu já desconfiava que não iriam pra frente esse plano da aviação regional. isso foi lábia politica dos Partido dos Trabalhadores PT para eles reeleger novamente o PT.
FALA MUITO E NADA CUMPRE….
Felipp Frassetto
7 anos agoCorrigindo:
“…no curto prazo mesmo, financiamento por parte deles no Brasil?
Penso que haveria interesse chinês nessa área”.
raulmarinho
7 anos agoPara a construção/reforma de aeroportos, pode até ser, mas não para o subsídio.
De qualquer maneira, eu tenho muitas ressalvas quanto ao dinheiro chinês. Normalmente, eles só entram em condições muito vantajosas para eles – e, por consequência, desvantajosas para o tomador.
Felipp Frassetto
7 anos agoÉ… infelizmente foi por isso mesmo que pensei que eles poderiam vir, rs (rindo pra não chorar).
Felipp Frassetto
7 anos agoMe ocorreu uma dúvida agora…
Será que não veríamos a China se lançando nisso também?
Ou seja: do mesmo modo que petróleo e construção civil, será que não veríamos, no curto prazo mesmo, penso que haveria interesse chinês nessa área.
Abraços.