Como já se tornou uma “tradição” (embora com meros 5 anos), a ABAG publica seu Anuário Brasileiro da Aviação Geral concomitante à LABACE, o principal evento da aviação geral do país. O documento deste ano (referente a 2014) traz informações interessantes sobre o segmento, que comentarei em seguida:
O crescimento de mais de 3% da frota
Num cenário pavoroso como o atual, qualquer crescimento é uma boa notícia. Ok, então um crescimento de 3,2% tem que ser comemorado, é claro! Mas veja no gráfico abaixo que, embora positivo, este crescimento é quase a metade da média dos três anos anteriores, e ligeiramente menor que a média da última década, que teve anos muito ruins no início da série.
O crescimento da frota de aeronaves, porém, tem um contraponto preocupante: em 2014 houve a redução de 7% na movimentação de aeronaves dos principais aeroportos do país!
…Ou seja: temos mais aeronaves para voar menos! Em outras palavras: nossas aeronaves estão sendo menos utilizadas, e portanto os pilotos estão mais ociosos, o que é uma má notícia em termos de empregabilidade. (Um brinde à Copa do Mundo no Brasil!).
Instrução e táxi aéreo: dados estranhos sobre os setores
Vejam os dois gráficos abaixo. O primeiro é sobre a evolução da frota nos diversos segmentos da aviação, enquanto segundo mostra a evolução da movimentação destas aeronaves nos principais aeroportos. O que “não orna” (como diria a minha avó) é o seguinte:
- Para o segmento de instrução (setas azuis), a frota cresceu 6%, enquanto a movimentação desta frota caiu 18% no ano; e
- Para o segmento de táxi aéreo (setas vermelhas), a frota caiu 2%, muito menos que a movimentação, que diminuiu 5%.
Dados estranhos, não?
A utilização de helicópteros caiu quase o dobro da média do país
No gráfico abaixo, vê-se que o segmento mais afetado em 2013 foi a asa rotativa, com redução de 13% (ante uma média de -7%).
E, para encerrar, veja o que ocorreu com a movimentação no Campo de Marte e em Jacarepaguá: uma tragédia na instrução – quase 30% de redução!
(Consulte o relatório da ABAG para verificar a movimentação de outros aeroportos).
Fábio Otero Gonçalves
5 anos agoA Líder meteu 300 na rua e está com seus helicópteros mais caros praticamente sem utilização, por conta da crise na Petrobrás. O offshore era a única coisa que tornava o 135 rentável. Acabou a festa. Quem puder, emigre. Quem não puder, prepare-se para vários anos de penúria, se quiser continuar neste ramo. Espero estar errado. Sinceramente.
Marcelo Rates Quaranta
5 anos agoNão está errado não, Otero.
Beto Arcaro
5 anos agoÉ o “Embalo”, Raul!
A frota cresceu ainda na inércia, sem ter a consciência de que a crise iria afetar tanto a utilização, com o Dollar que iria subir (manutenção) ou de que o preço do Combustível entraria em órbita.
Quanto ao ócio?
Nem me fale…
Gostaria de imaginar como deve ficar essa estatística em 2015.