Voltando a falar sobre os assuntos tratados em Slots para a aviação geral perto da extinção nos aeroportos brasileiros e Pátio da aviação geral do Santos Dumont, 6a feira à tarde, o que está acontecendo na aviação geral do Brasil neste momento:
Slots de pouso e decolagem para a aviação geral
O DECEA está cercando os “sloteiros” de Congonhas (empresas que estavam comercializando slots de pouso e decolagem para a aviação geral naquele aeroporto). Neste momento, diversas matrículas de aeronaves estão “bloqueadas” no sistema de alocação de slots – quando o operador tenta realizar uma reserva, aparece a mensagem “Sob auditoria com a Polícia Federal, investigando a venda de slots“. E, por outro lado, embora a necessidade de obter slot para pousos e decolagens tenha sido flexibilizada, as regras para alocação estão bem mais rígidas, tanto em termos de obtenção quanto de alteração de reservas (vide NOTAM reproduzido abaixo). Isto já é resultado do que foi tratado na reunião citada na nota publicada no portal da APPA/AOPA-Brasil.
Pátios de estacionamento para aeronaves leves
Junto com (o que eram) os slots, a alocação de espaço nos pátios de estacionamento dos aeroportos para atender às aeronaves leves é um entrave para o desenvolvimento da aviação geral brasileira. Neste sentido, a APPA/AOPA-Brasil está tentando sensibilizar as autoridades aeroportuárias do país (Infraero e SAC) com argumentos – vide trecho abaixo reproduzido de um ofício recentemente enviado pela entidade para estas autoridades recentemente:
Observe que a regra acima [o NOTAM citado neste post] é irracional, arbitrária e ilegal.
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Irracional, porque impõe uma restrição permanente, sem distinção de tipo de aeronave e horário de operação;
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Arbitrária, porque impõe aos usuários, que pagam pelos serviços, uma regra efetivamente inexequível: permanecer por no máximo 3 horas num pátio de estacionamento, tendo que para isso entrar em contato por telefone, antes da decolagem do aeródromo de partida, pedindo o favor ao administrador aeroportuário para fazer uso da infraestrutura que é sua obrigação otimizar, gerenciar e oferecer ao uso do usuário.
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Ilegal, porque suspende por tempo indeterminado o direito de uso de bem público, pelo cidadão, sem justificativa plausível e sem perspectiva de alteração da situação.
Espera-se que as autoridades da Infraero e do DECEA ajam no sentido de racionalizar e flexibilizar o uso dos pátios de estacionamento para aeronaves leves. Mas, se não agirem, a APPA/AOPA-Brasil já está estudando medidas judiciais para que o direito dos operadores da aviação geral seja respeitado.
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Isto é só o começo… Aguardem, que vem muito mais por aí.
Marcos
4 anos agoAgora é a vez de Brasília, SBBR agora tem notam restringindo o uso do Patio Geral de maneira semelhante à citada acima, colocando que aeronaves com até 24m de envergadura solicitem autorização com até 6h de antecedência, o que não condiz com a realidade da aviação geral. E também restringe a permanência em 03h para voo internacional e 02h para voos domésticos! E ainda contratar uma empresa de ‘handling’ que atenderá a aeronave. Segundo notam Z4119/2016.
AIRES GUERRA
4 anos agoO caso de SBCF É UM ABUSO. Como lá é terceirizado exigem Push back para jatos executivos. Aberrações . SBVT tbem. Vou levar um cargo etrator dentro da anv
Raul Marinho
4 anos agoAires, essa para mim é novidade… Impressionante!
vai vendo...
4 anos agoRealmente é um abuso.
Inúmeros casos desses “monstrinhos” como muito bem disse o Cmte Fábio, de abuso de uma autoridade que eles nem possuem, interferência no direito de utilização de aeroportos públicos.Situações esdrúxulas como a citada no Santos Dumont, ou em C. Grande, Navegantes, Curitiba, Florianópolis e assim vai.
Além disso, ainda existe a soberba da Infraero nas respostas das solicitações, com inúmeras exigências burocráticas em emails cheio de dados (prefixo, tipo, operador, nome do cmte, telefone, hora de pouso e dep, etc…)
Mas vento que venta lá, venta cá. Os dias da Infraero estão contados.A Infraero vai acabar antes da aviação, com certeza.
Não sei de onde veio essa teoria da Anac e da Infraero que avião executivo ( que carrega o PIB do país) é inimigo mortal. Mas pagar tarifa, aí pode…
Paulo
4 anos agoÓtimo! Eu sei que provavelmente ninguem vai pra cadeia, mas o “susto” já está sendo grande.
Fábio Otero Gonçalves
4 anos agoTem mais é que botar para rachar, mesmo. Não sou dado a generalizações, mas essa excrescência que – ao longo de décadas – monopolizou a “administração” da maioria dos aeroportos federais, gerou esses “monstrinhos” que se acham, como se a coisa pública lhes pertencesse. Afora isso, nos últimos anos, houve o agravamento da situação, por conta do “bendito” viés ideológico de esquerda (recalcada). Já dizia o saudoso Nélson Rodrigues: “O sucesso – no Brasil – é falta grave.”