De acordo com esta reportagem da Folha de São Paulo, as agências reguladores vinculadas ao Ministério dos Transportes, em especial a ANAC, deverão cortar 54 cargos comissionados a partir do final deste mês. Se conheço o que pensa a ‘pilotosfera’, a maioria vai dizer que “isso é bom, pois vai acabar com a mamata de muito vagabundo”. Pode ser. Mas conhecendo como funciona o serviço público, apostaria que “os vagabundos” ficarão onde estão, e os que realmente trabalham vão perder os cargos… O que, por sinal, é mencionado na reportagem: “Será necessário cortar em em áreas estratégicas, como fiscalização”, diz a Folha.
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Além de ser criador e editor do blog ParaSerPiloto, Raul Marinho é piloto comercial de avião, administrador de empresas e autor de livros nas áreas de negociação e estratégia. Atua profissionalmente na ProPiloto.net e é parceiro da AOPA Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves).
Augusto Fonseca da Costa
4 anos agoRaul, pare de implicar com nossa querida, proficiente, séria e eficaz ANAC, pois ela já usou uma criativa solução para a falta justamente de fiscais:
1. Nomear como fiscal das industrias de fabricação “amadora” os proprietários dessas próprias fábricas, como fez ao credenciar como PCA o sócio diretor e majoritário de conhecida industria de anfíbios “experimentais”, apesar de saber que o mesmo nunca foi engenheiro aeronáutico como anuncia;
ou
2. Conceder isenções de cumprimento de normas internacionais de segurança (ASTM) exigidas por ela própria (MPR-100) para que as industrias pudessem enganar por anos a fio os consumidores, anunciando como ALE – Aeronaves Leves Esportivas, aeronaves não certificadas e não cumpridoras das citadas normas.
ou
3. Acobertar a produção industrial em série de aeronaves sob o título de “aeronaves de construção amadora”, isentando as indústrias de responsabilidades e repassando-as ilegalmente aos consumidores.
ou
4. Conceder absurdamente a uma única empresa (justamente a maior indústria aeronáutica leve do Brasil), uma isenção exclusiva de manter abaixo de 750 kg as aeronaves enquadradas como “ultraleves”, ilegalidade anticorrencial que permitiu a essa única privilegiada empresa produzir “ultraleves” de até 1.700 kg.
Nesse andar da carruagem não precisa mesmo nenhum fiscal na ANAC, já que ela cada vez menos cumpre seu dever legal como agência reguladora, delegando esse poder/dever de polícia cada vez mais aos próprios regulados.
Em tempo: Se ninguém adivinhou a quais empresas eu me referi, basta perguntar que terei enorme prazer em nominá-las. Só não o fiz já de cara para não parecer algo pessoal.