Vejo no site do SNA que o laborioso sindicato redigiu ontem uma missiva para a nossa amada Soberana alertando-a sobre os riscos do programa “céus abertos”, que o Ministério do Turismo e a EMBRATUR querem por em prática no Brasil.
Interessante notar que a ABEAR, que representa os interesses das companhias aéreas, não quer se manifestar publicamente sobre o assunto. É claro que a medida, se implementada, iria prejudicar colateralmente os aeronautas; mas é evidente que mais prejudicadas ainda ficariam as companhias aéreas, neste caso de forma direta. Então por que o SNA se manifesta e a ABEAR, não?
Às vezes, o silêncio comunica muita coisa, né? E, neste caso, ele pode significar que:
- As companhias sabem que a medida é pirotécnica, e não tem como ser implementada porque seria necessário reformar o CBA para tal; ou
- As companhias estrangeiras na verdade não terão interesse ou não terão como por em prática linhas aéreas domésticas no Brasil; ou
- As companhias brasileiras já negociaram com as estrangeiras, e estão entrando juntas nessa; ou
- Elas querem mais é que o governo provoque uma falência geral no setor para, então, entrarem com uma ação de indenização bilionária.
Minha sensação é de que a ABEAR não está nem um pouco preocupada com os “céus abertos” – por que, exatamente, eu não sei…
Felipp Frassetto
8 anos agoDas 4, a terceira parece a mais provável.
Porém, se fosse a primeira ou aquarta, seria algo “inteligente” por parte das companhias?
Preferências políticas à parte, esse governo vem mexendo até mesmo em Cláusula Pétrea da Constituição. Logo, mudar alguma lei (leia-se qualquer coisa escrita e de cunho oficial), não seria um entrave tão grande. Mesmo porquê, mesmo se houvesse dita indenização, ela sairia só em um milhão de anos.
A Varig, se não estou enganado, faliu e não viu a cor do dinheiro que o governo federal lhe devia por algo ganho na justiça.